sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Grupo no facebook e uma grande piada pronta!


   O jornalismo musical brasileiro vai mal, e isso não é uma opinião isolada. É também a opinião de alguns jornalistas (??) e praticamente unanimidade entre músicos, artistas e produtores. No caso, gente que realmente sente e faz música ao invés de só falar e opinar sobre ela. Mas é curioso perceber que o momento em que vivemos tirou muita força e centralização dessa opinião "especializada" e passou a ter igual (ou até maior) importância a opinião de quem consome música por prazer, e não quem o faz procurando cabelo em ovo.
   Venho acompanhando muito do que se diz na mídia, especialmente pelo reconhecimento em torno do trabalho que produzi junto aos grandes amigos Criolo e Marcelo Cabral. Tenho um orgulho fudido de estar fazendo parte dessa movimentação que está finalmente alcançando um outro patamar sem sequer o consentimento das grandes gravadoras e das rádios - os grandes vilões da minha geração. O mais legal disso tudo é que existe um grupo de artistas na mesma situação e, comprovando minhas palavras, eu nem preciso citar os nomes. Eles estão por toda parte, o tempo todo.
  O fato é que o enfraquecimento de dentro pra fora desse jornalismo musical tem gerado um discurso rancoroso e muitas vezes irresponsável por esses que se julgam os grandes entendedores de música no Brasil. Até entendo essa situação pois como produtor musical, também vivi momentos bem estranhos com essa quebra de paradígmas do mercado, e tive que reavaliar minhas formas de trabalho e pensar como continuar fazendo música sem ser obrigado a fazer trilha pra vender sabonete. O cuidado que tenho em relação a isso tudo é de não cuspir no prato que comi, e também respeitar a forma de trabalho dos meus colegas.
Sei que não sou nenhum exemplo no que diz respeito a críticas. Tenho sim a língua afiada e já me vi em diversas situações desconfortáveis por conta disso. Tento sempre reconhecer meus erros, mas tenho a frente do meu discurso um amor incondicional pelo trabalho que realizo. Um amor pela música, acima de tudo. Se falei merda e desrespeitei alguém, peço sinceras desculpas.
O que me motivou a escrever esse texto foi alguns absurdos que li numa comunidade fechada da extinta revista BIZZ (símbolo do "jornalismo preguiçoso e baseado em polêmica" apontado pelo Rodrigo Amarante em  entrevista webhit no you tube), onde alguns jornalistas e entusiastas atacam tudo e todos, e se auto-exaltam numa masturbação textual sem limites. É como um "caso Ed Motta parte 2", sendo que o próprio Ed foi extremamente condenado pela mídia quando caiu naquela armadilha das redes sociais. Tem até umas discussões sobre rap que por si só, merecem um post a parte tamanha ignorância. Na verdade, não fiquei exatamente surpreso, exceto por constatar que alguns dos comentários mais sensatos eram do André Forastieri (!!!). De fato, alguns ali estão literalmente esperneando em busca de algum lugar - em qualquer lugar - mas a falta de responsabilidade nas declarações é tamanha que deixa toda essa situação de desespero muito nítida. De certa forma, vejo como uma aprovação do que estamos fazendo e vindo de quem vem, me supreenderia se acontecesse o contrário.
Para que não fique parecendo um ataque sem fundamento, me vejo no dever de divulgar alguns "grandes momentos" da comunidade, pois não é justo que só o alto clero tenha acesso a mentes tão brilhantes. Mantive o foco em frases de quem eu conheço o trabalho como jornalista, pois no geral, é tanto absurdo que não caberia no post. Destaque absoluto para os comentários recheados de humor, misoginia, homofobia, racismo e mentiras do meu grande fã José Flávio Junior, editor de música da revista Bravo! e curador do projeto "Prata da Casa" realizado semanalmente no SESC Pompéia.
Divirtam-se!
José Flávio Júnior Muita vergonha dos coleguinhas que estão ajudando a criar esse monstro chamado Criolo. A cena pop brasileira não recebia alguém tão pedante e poseur desde sei lá quando. Toda resposta é uma "lição de vida". Essa implicância com a brincadeira do Clemente foi de foder o cú da cobra. O cara lançou um disco nota 7,5 e já está sendo tratado como gênio da raça, acima do bem e do mal. Sendo que ele passou 20 anos como um rapper medíocre, sem que ninguém desse a menor pelota pra ele. Sendo que algumas músicas do Nó na Orelha são velhas pra cacete. Sendo que de Criolo ele tem só o nome - mas estrila se alguém pergunta o motivo dele usar essa alcunha. O Ganjaman deu um golpe de mestre: arrumou um Sabotage branco mas com nome de preto e com apelo junto ao mulherio e colocou a melhor assessora do circuito Augusta para trabalhar a marca na Folha e nos veículos da descolândia. Os jornalistas e publicitários brancos sempre estiveram no papo. Eu quero ver é depois da capa da Serafina. Vingar fora do mundinho é bem mais complicado.

José Flávio Júnior Um dia eu conto pra vocês as exigências que o Criolo fez para tocar no Prata da Casa. Senti falta das 500 tolhas brancas.
José Flávio Júnior Paulista não entende de música? Eu achava que era mulher que não entendia de música. Pelo menos nos 20 anos que frequento lojas de discos, só encontrei umas oito. Gay eu encontrei mais - mas geralmente comprando discos ruins.
Alex Antunes se as mulheres comprassem seus próprios discos, diminuiriam o valor das mixtape amorosas‎...e não teriam como fazer terrorismo nos divórcios :)))))
José Flávio Júnior Sei de um cara, chegado da turma do estúdio El Rocha, que quase apanhou do produtor do Criolo porque, no meio de uma discussão sobre o Nó na Orelha, virou-se para o garçom do boteco e ordenou "ME DÊ UM GOLE DE VIDAAAA..." Papo sério. O cara até mudou de país depois dessa.
Alex Antunes novo paulista de cu é rola. eu fui lá falar pro capilé outro dia: como é que o fora do eixo perde a iniciativa estética desse jeito? eu passo cinco anos repetindo "região norte" que nem um maluco pelo brasil inteiro, e nada. deu tempo pra pseudoelite paulista se rearticular e começar a se sentir à vontade pra cagar hypes de novo. e de repente esse povo fofo daqui começa a virar objeto de desejo em festival independente... é foda ou é bem-feito? "jeneci" é a cabeça do meu caralho :)))))))))))))))
José Flávio Júnior Mas que ela (Mallu Magalhães) está cantando cada vez pior não dá pra negar. Depois de engatar Flanders e Camelo, nem dava para esperar outra coisa. No novo disco parece que usaram até voz guia. Camelo é o produtor.
Alex Antunes e sepultura representa alguma coisa em alguma época, a não ser uns moleques brancos paranóicos querendo encher o saco?
José Flávio Júnior Queria deixar meus parabéns para o Helio Flanders. Achei que seria impossível ele aperfeiçoar ainda mais a técnica do ventríloquo triste. Mas, nesse disco novo do Vanguart, ele se superou. Claramente, gravou todas as vozes sem mexer os lábios ou qualquer músculo da face. Pena que o Reginaldo entra na faixa 8 articulando as palavras direito. Quebra a mágica do disco... Será que esse pessoal não tem amigos, não? Alguém para dizer "legal, cara, mas abra a boca na hora de cantar." Em vários momentos não é possível dizer nem em qual idioma ele está cantando. Podiam gravar em esperanto que daria na mesma. Foram 40 minutos de vergonha alheia hoje no meu carro.

Helder Maldonado  Nem havia motivo para preocupação. O Camelo sempre foi mais de tomar bifas do que de distribui-las por aí.

José Flávio Júnior Desde que voltou, o programa de parada da MTV não é definido por voto da audiência. Na real, nunca foi. Mas agora eles nem escondem isso.

José Flávio Júnior Duvido que quem se liga em Criolo "pela musicalidade" ou por ele ser "da-perifa-mas-com-traços-árabes-pau-grande-e-ser-melzinho-do-Caetano" vá parar no trabalho de outros manos contemporâneos. O Rashid está com mixtape nova e o Projota vai gravar DVD em Curitiba. Vamos ver quando eles serão capa da Serafina (se bem que tem uma "revista de direita" na cola deles). Esse hype do Criolo não ajuda o rap em nada.
José Flávio Júnior Tá rolando uma Máfia da Rua Augusta que é absolutamente nojenta. Uma rede de proteção que abriga Vanguart, Tiê e Tiago Pethit, que seriam "música boa" em oposição a NXZero, Restart e Monique Képau. Ninguém vai me convencer de que o primeiro time faz "música melhor". Basicamente porque tenho senso crítico e estético, coisa que anda muuuito em falta. Pelo menos na Máfia do Dendê tinha gente de fato acima da média. Já estou com saudade.
José Flávio Júnior Será que as pessoas um dia vão entender que tecnobrega não é para ser levado a sério?